Em Busca do Produto de Sucesso - Parte 2 - Designers, quem somos?

Completei o ensino médio em 1999 e, até pouco antes, não sabia exatamente qual curso deveria fazer. Sempre soube que gostava de montar e desmontar coisas, consertar produtos e também era bastante criativo. Sempre com várias idéias. Após várias pesquisas, dinâmicas e atividades e educação vocacional, tinha certeza, design era o que eu queria. Porém, o que era isso exatamente? Eu achava que sabia.

Me inscrevi no vestibular para Desenho Industrial na FAAP e arquitetura no Mackenzie. Arquitetura por influência dos meus pais. "Filho, desenho industrial? mas o que é isso? o que se faz nesta profissão? Arquitetura todo mundo conhece, sabemos o que é e quais as perspectivas de um arquiteto. Agora, designer? oi?"

E o destino meu ajudou a escolher. No dia da prova do Mackenzie não pude ir e na FAAP, passei. Então, lá fui eu.

O QUE DESCOBRI:

Na faculdade descobri que muitos alunos, tais como eu, não tinham certeza mesmo o que era ser designer ou desenhista industrial. Tinham uma vaga ideia, mas saber mesmo, acredito que ninguém.

Descobri que os designers são profissionais que tem uma responsabilidade gigantesca. E vou lhes contar o porquê.

QUEM SOMOS:

Designers são profissionais criativos, cheios de idéias, apaixonados pela profissão e pelo universo o qual influenciamos.

Queremos estar sempre criando, fazendo algo novo, algo que mude tudo, que determine novas e melhores formas de agir e interagir com o produto e o meio. Ah, e tudo isso, lógico, através de uma estética formal super bacana.

Somos pessoas que temos uma visão bastante abrangente de do mundo. E, curiosos como somos, buscamos sempre estar antenados em tudo e fazer um pouco de tudo para nunca cairmos na monotonia.

Pensamos diferente de muitos outros profissionais e, por sermos criativos e participarmos de uma etapa do desenvolvimento onde muitas mudanças acontecem e muitas coisas precisam ser consideradas e decididas, temos uma visão mais ampla, conseguimos ver o todo.

O QUE FAZEMOS:

Designers são profissionais que trabalham em uma das etapas que considero das mais delicadas de todo o desenvolvimento. Isso porquê ele é responsável por receber demandas relacionadas a um produto ou um trabalho gráfico, decupa-las e transformar isso em algo melhor. Tanto em relação a estética como a funcionalidade.

Falando de design de produto, as decisões tomadas pelo designer irão reverberar em todo o desenvolvimento das outras áreas/etapas: mecânica, eletrônica, fabricação, montagem, assistência técnica/manutenção etc. Sem falar a influência que terá sobre o uso do produto e os benefícios reais que ele trará ou deixará de oferecer.

E essa é a deixa para falarmos de consequências.

CONSEQUÊNCIAS:

Se o designer influência tanto assim o desenvolvimento de um produto, suas ações geram consequências. Positivas ou negativas.

Se conseguimos desenvolver um produto de sucesso, é porque o resultado do nosso trabalho gerou consequências positivas. Isso quer dizer, todos os aspectos do projeto foram atendidos e todos os atores pertencentes ao processo foram considerados e ouvidos e também estão satisfeitos com o resultado.

As consequências são negativas vem geralmente quando o designer não está atendo ou não se importa com os atores ou aspectos do projeto. Quando ele acredita que seu trabalho é mais importante do que o dos outros e que alguns aspectos do projeto não são tão relevantes. E foca apenas em satisfazer seu ego e buscar a estética que considera perfeita.

RESPONSABILIDADES:

Se o designer tem todo esse "poder" o qual eu falo, então ele também tem muita responsabilidade.

Por exemplo, em uma empresa, ele recebe a demanda de um ou mais setores da empresa, transforma isso em um produto e passa para outra área que, geralmente, é a engenharia.

Com isso, o trabalho do designer tem uma força gigante. Porém, se mal feito, cai em desgraça rapidamente.

E este é o meu ponto. Se somos profissionais que entendemos de pessoa e produto, sabemos ver as coisas de forma diferente e temos que tomar decisões que influenciarão praticamente tudo no produto, então também somos responsáveis para que isso aconteça de forma correta.

Não podemos nos dar ao luxo de pensar que nosso trabalho começa quando recebemos a demanda e acaba quando desenhamos uma proposta. E mais do que isso, não podemos imaginar que tudo isso será feito sem ouvir as outras pessoas e áreas envolvidas no projeto. Ah, claro, e atender suas demandas também.

Bom, mas qual a relevância disso para o projeto e como fazer isso? É exatamente o que responderei no próximo post.

Gostou do Post? Então se inscreva na nossa newsletter e não perca nada!

Perdeu a Parte 1? Então clique AQUI e confira!