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Em Busca do Produto de Sucesso - Parte 11 - Case Catraca (2)

Tão importante quanto o relacionamento criado com cliente e empresa integradora da solução foi a aproximação com os outros Stakeholders, aqueles que estava na ponta oposta do desenvolvimento, os fornecedores.

Em busca do Produto de Sucesso - Parte 7 - Case ATM Adattis (1)

Eram diversos fornecedores, mas vou focar em apenas 3 deles.

O primeiro, desenvolveu a placa gerenciadora do novo sistema; o segundo forneceu as principais soluções de hardware; o terceiro fabricou os protótipos e e fez a produção.

Para facilitar a identificação de cada um deles, o primeiro fornecedor será chamado de "Fornecedor PLC", o segundo de "Fornecedor HW" e o terceiro "Fornecedor PDT".

FORNECEDOR PLC

Este era responsável pelo desenvolvimento da placa que gerencia o sistema criado. A primeira vista, pode-se pensar estreitar contato com o fornecedor não parece ser útil ou mesmo importante, porém, este é o cara que entende tudo de um dos principais componentes internos da nova solução.

A solução de design que eu deveria criar, precisava atender diversos requisitos e tinha um espaço muito limitado. Assim, entender o funcionamento da placa, seus conectores e possibilidades de alteração eram pontos importantes.

Assim, junto com a empresa integradora, contactamos o fornecedor para entender sobre os conectores existentes e sugerimos alterações neles para a solução ficar mais fácil de se montada. Também descobrimos quais áreas aqueciam e quais eram as formas de fixar o conjunto.

Com isso, além das alterações de conectores solicitadas no inicio do projeto, também conseguimos mudanças na forma de fixação do conjunto placa e isso nos fez ganhar alguns milímetros em regiões apertadas, o que garantiu a viabilidade da execução do design e projeto aprovado.

Sem este contato, seria impossível alterar pontos do projeto que tinham relevância ao cliente. Um deles é: uma forma fácil de montar com conectores "inteligentes", não antes previstos. Gerar design mais enxuto e harmonioso por conta de redução de peças de fixação do conjunto placa.

FORNECEDOR HW

Esta empresa era responsável pelo fornecimento de equipamentos prontos que seriam usados na solução, tais como o leitor biométrico e a central com tela touch screen.

O leitor biométrico em questão eu já conhecia, pois havia usado em outro projeto, então não tive muito mais o que conhece-lo, porém a central com tela touch era um equipamento totalmente novo para mim.

Existiam várias questões que deveriam ser aprendidas sobre ela. Como funcionava seu touch, quais eram as regiões de toque realmente sensíveis, quais entradas seriam usadas para conexão, como seriam os conectores e se o produto esquentava ou não. Ah, e caso sim, em que região aquecia e como funcionava o sistema de ventilação existente nele.

COISA DE DESIGNER?

Enfim, várias questões técnicas que parecem não permear a criação do design do produto. Só parecem, porque, na verdade, elas são parte fundamental.

Conhecer a região de touch ativa e inativa auxilia o designer a decidir como será a área aberta (e disponível para utilização do usuário). Isso influência tanto na usabilidade quanto na aparência do produto.

Conhecer quais são os conectores (e existem vários tipos. USB, por exemplo, existem muitas variações) faz com que o designer saiba quais as áreas estão ocupadas pelos conectores e qual a área que ele precisa disponibilizar para o técnico conseguir encaixa-lo no periférico. Se ele não considerar isso, pode criar um produto lindo, enxuto, mas que é impossível conectar os cabos.

Conhecer a central com tela touch era, talvez, a parte mais importante. Tanto pela questão do touch já citada acima, como por ser um equipamento que se mostrou complexo. Um ponto muito relevante era o aquecimento e ninguém entendia mais do produto do que o fornecedor. Assim, o contato próximo à ele nos garantiu criar, juntos, soluções que garantiram ótima dissipação do calor e evitar o super aquecimento da solução catraca. E, sim, isso poderia acontecer caso não resolvêssemos esta questão.

Então respondendo o questionamento acima sublinhado. Sim, isso tudo é coisa de designer! A estética é, em grande parte, o resultado do equacionamento de tudo isso.

FORNECEDOR PDT

Depois de tudo acertado com os fornecedores de PLC e HW, era preciso conhecer o Fornecedor PDT. Em um mundo ideal, o que costumo fazer é me aproximar do fabricante durante o processo de criação para já preparar o terreno. Porém, neste caso, era impossível porque até a aprovação do design, não havia definição de quem iria produzir.

Uma vez que ele não se localiza em São Paulo, meu primeiro contato com este fornecedor foi via Skype. Participou da reunião comigo a empresa integradora. Neste primeiro contato pudemos nos conhecer um pouco e apresentar o projeto.

Acredito que o mais importante desta reunião foi mostrar para o fornecedor que ele não iria produzir um produto sem pé nem cabeça. Que tanto a solução técnica quanto a estética faziam sentido para o escopo do projeto e foram criadas considerando, sim, os aspectos fabris do produto.

Criar uma relação de confiança com o fabricante se mostrou uma boa, como sempre, uma ótima ação.

De início pontos do projeto foram questionados pelo fabricante e o meu papel foi o de garantir que o projeto não sofresse alteração sem realmente haver necessidade. Para isso, montei uma apresentação consistente do projeto e discuti os pontos reclamação com o conhecimento fabril que tenho. Ao final o fornecedor disse: Ok. Vamos fazer o protótipo e vemos como fica.

Para minha alegria, a protótipo ficou ótimo! Tanto em qualidade de acabamento e montagem como em preço.

Minha impressão é que isso derrubou as barreiras iniciais junto a este fornecedor e, nas reuniões posteriores, tivemos conversas mais produtivas e de maior cumplicidade.

Desde a primeira reunião até a liberação do cliente para produção, houve algumas alterações no projeto. Mudanças normais, comuns no desenvolvimento de produto. Melhorias em encaixes, mudanças e ajustes de acabamentos etc. E, este ambiente amistoso estabelecido com o fornecedor, foi chave para o bom desenrolar do projeto e manutenção de sua qualidade.

 

Desde o primeiro post desta série até agora vimos como funciona minha metodologia de trabalho e apresentei 2 cases exemplificando como ela foi aplicada. No próximo post farei um fechamento da série com os principais pontos.

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